
Nos dias de hoje vivemos forrados de citações que não são nossas, contamos histórias que não vivemos e transportamos um vazio dentro de nós que não conhecemos. Este é o mundo do digital, em que a nossa vida passa na ponta do dedo de outra pessoa, quando devia passar pelos nossos olhos e pelas nossas reflexões. Já não damos importância ao que fazemos. Damos, sim, importância ao que os outros fazem, para encontrar uma importância para a nossa vida. Já não fazemos as coisas porque queremos ou gostamos, mas porque os outros gostam ou fazem. Quase que se pode concluir que vivemos para os outros, pois sem olhar para os outros, não conseguimos encontrar uma significação para a nossa vida.
Voltamos a ser “cadáveres adiados” que procriam no Facebook ou Instagram e que vivem descontentes com a rapidez com que gastam os dados móveis ou com a lentidão das redes wireless (principalmente quando a rede é a do vizinho).
Parece que “falta cumprir-se Portugal” novamente.

